O ano de 1917 foi turbulento no Brasil. A Europa vivia a guerra há mais de dois anos. Um bloqueio naval imposto pela Alemanha na costa européia em janeiro restringiu o comércio com a Inglaterra e a França. As exportações caíram. O desabastecimento e a especulação inflacionavam o preço dos alimentos. Em junho operários promoveram amplas greves em São Paulo, trabalhadores de diversos estados aderiram ao movimento. Protestavam contra os baixos salários, a precariedade dos direitos trabalhistas e a alta no preço dos alimentos.
O afundamento de cargueiros brasileiros na costa da Europa por submarinos alemães levou o Brasil a proclamar, em outubro, "estado de guerra" contra a Alemanha. O país enviaria uma divisão naval para auxiliar no patrulhamento da costa noroeste da África e uma Missão Médica para montar e operar um hospital temporário na França.
Em janeiro de 1918 a marinha constituiu a Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG) - 2 cruzadores, 4 contratorpedeiros e 1.500 homens - e iniciou os preparativos para adequá-la à tarefa. A Missão Médica foi constituída em julho. Contava com 131 componentes (86 médicos)1 , serviços clínicos e cirúrgicos, de enfermaria, farmácia, intendência, e secretaria.
A frota da DNOG partiu no fim de julho de 1918. Aportou em Freetown, Serra Leoa, em 8 de agosto. No fim do mês seguiu para Dacar. A Missão Médica partiu do Rio de Janeiro em 18 de agosto a bordo do navio francês La Plata que aportou em Dacar no início de setembro.
Desde junho jornais brasileiros noticiavam que a Espanha vivia uma epidemia de influenza. A doença, logo confirmada em vários países da Europa e norte da África, provocava inúmeras baixas nas tropas em ambos os lados do conflito.
Embora nominada "Espanhola" a influenza de 1918 originou-se em março numa base militar do Kansas (EUA). O surto mostrou-se benigno, em poucos dias os soldados curavam-se e embarcavam para o front europeu. É provável que o nome deva-se ao fato da Espanha, neutra na guerra, divulgar o numero de atingidos, enquanto os países envolvidos nos combates buscassem escondê-lo.
Logo após o La Plata deixar Dacar rumo à França, em 07 de setembro, a gripe manifestou-se a bordo. Quase todos os tripulantes e passageiros adoeceram. O navio aportou em Gibraltar e na Argélia para desinfecção e atendimento aos doentes. Dezesseis membros da Missão Médica foram hospitalizados, quatro tenentes morreram.
A DNOG foi atingida no dia seis, ainda no porto de Dacar. Segundo um oficial, entre os dias 10 e 20 a gripe deixou 95% do efetivo em "completo estado de prostração". Cento e cinquenta e seis tripulantes perderam a vida.
Em 14 de setembro o vapor inglês Demerara, proveniente de Lisboa e Dacar, cidades assoladas pela gripe, aportou no Rio de Janeiro após paradas em Recife e Salvador onde desembarcou passageiros doentes. No Rio o navio foi desinfectado e dois doentes internados no Hospital de Isolamento. Uma passageira adoeceu após o desembarque, foi internada e morreu em poucos dias.
Dez dias depois Carlos Seidl, diretor geral da Saúde Pública, determinou que os navios "de procedência suspeita" fossem desinfectados e seus passageiros "cuidadosamente examinados"2. A medida não foi capaz de deter a gripe que chegou à Paraíba e ao Ceará ainda em setembro e no mês seguinte atingiu, por mar e ferrovias, inúmeras capitais e cidades populosas em todas as regiões do país.
Seidl sustentava que a gripe no Brasil era benigna, a mesma que ocorria anualmente, e não a que grassava na Europa. No início de outubro acrescentou que as medidas preventivas conhecidas seriam insuficientes para impedir sua progressão e que o desconhecimento de sua natureza (etiológica) exigia uma "profilaxia indeterminada". Eventos culturais, esportivos e religiosos deviam ser suspensos a fim de evitar aglomerações. As pessoas deviam observar medidas de "profilaxia individual": evitar reuniões, festas, visitas, etc., além de tomar cuidados higiênicos com a mucosa bucofaríngea. Estava certo em dois pontos. A progressão da gripe seria mesmo inevitável e havia completa incerteza a respeito da natureza do mal.
Quando a gripe começou a se espalhar na Europa, ainda no fim do primeiro semestre, a gravidade da doença e a variabilidade dos sintomas, muitos comuns a outras enfermidades, desnorteava os médicos. Os primeiros casos eram diagnosticados como febre tifóide, varíola, escarlatina, dengue ou mesmo cólera.
Em 1918 o saber médico, fortemente influenciado pelas recentes revelações da microbiologia, exigia que fosse identificado o agente etiológico específico, um micróbio. Várias hipóteses foram levantadas.
Para muitos a gripe devia-se ao bacilo identificado por Richard Pfeiffer em vítimas da pandemia ocorrida em 1889, o Haemophilus influenzae. Mas seu papel como agente etiológico permanecia duvidoso pois o bacilo era encontrado apenas em uma proporção dos casos e detectado em vítimas de outras moléstias.
Alguns acreditavam tratar-se da febre pappataci, doença benigna semelhante à gripe, devida a um "vírus filtrável"3 , frequente na Índia e no Mediterrâneo e hoje esquecida. Outros consideravam a hipótese incompatível com a rapidez da propagação e a alta letalidade, e defendiam tratar-se de uma doença nova.
Já fora demonstrado que filtrados das secreções de gripados eram capazes de reproduzir a doença. Porém, atribuir a epidemia a um "vírus filtrável" genérico não resolvia a questão da etiologia nem indicava que medidas preventivas seriam necessárias.
Muitos creditavam a rapidez do contágio e a alta letalidade à aglomeração a que os homens estavam submetidos nos acampamentos, navios militares e campos de batalha. O médico espanhol Grinda Forner sugeria que o caráter agressivo da gripe européia devia-se à variabilidade do agente da influenza, consequente à evolução natural dos seres vivos.
A dificuldade para definir um agente etiológico reavivou concepções miasmáticas. Não faltaram adeptos de teorias conspiratórias, convencidos de que a "Espanhola" fora espalhada por agentes alemães, primeiro na Europa e em seguida nas Américas, nem quem anunciasse ter isolado o "micróbio da influenza espanhola"4 .
No Brasil os doutores discutiam a questão nas Academias. Havia defensores para todas as hipóteses, além dos que, como Seidl, afirmavam tratar-se da gripe sazonal benigna. Perguntado se a epidemia era gripe o Dr. Eduardo Meirelles, membro da ANM5 respondeu: "Ao certo não lhe posso afirmar. O que há é uma moléstia polimorfa, com quadros clínicos diversos ... uma verdadeira balbúrdia em nosologia médica".
As referências à gripe nos registros de óbitos revelam a insegurança dos médicos que, sem um diagnóstico seguro, recorriam aos sintomas secundários para caracterizá-la: "bronquite gripal", "pneumonia gripal", "broncopneumonia gripal", "gripe intestinal", "rinolaringite gripal", e mesmo "meningite gripal" ou "nefrite gripal".
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Em 26 de setembro a notícia da morte dos brasileiros na África vitimados pela influenza chegou ao Brasil causando grande consternação. Seidl reiterou ser preciso distinguir os casos de influenza importados da África e da Europa onde a doença era extremamente virulenta, dos que ocorriam no Brasil, onde a gripe era benigna, a mesma de todos os anos.
Desde muito, e ainda hoje, quando do início das epidemias a reação das autoridades sanitárias se repete: negar ou minimizar o problema. Não foi diferente com a "Espanhola". Os jornais noticiavam o aumento de casos e óbitos. As autoridades da Saúde Pública repetiam a ladainha: os casos eram benignos, não se tratava da "Espanhola", o temor da população era infundado.
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Tristes echos
-Eu continuo a affirmar. A população esteve presa de grande panico. Eu na minha Clinica tive cincoenta casos fataes mas todos benígnos.
A Careta n.543, 19 de novembro de 1918, p. 23. |
No entanto a velocidade do contágio e a alta mortalidade não deixavam dúvidas. A "Espanhola" chegara! Enquanto as autoridades negavam a epidemia e os doutores debatiam sua natureza a gripe avançava. Outubro foi trágico. Em poucos dias os doentes e as mortes multiplicavam-se em inúmeras cidades. A tese da diferença entre a gripe no Brasil e na Europa desmoronava.
No Rio os óbitos devidos à gripe somavam 48 no fim de setembro. No dia 22 de outubro chegavam a 1.073. No cemitério da Quinta dos Lázaros em Salvador ocorriam entre 4 e 5 sepultamentos diários até meados de 1918. Em setembro as inumações passaram a 15 por dia, na segunda semana do mês seguinte chegavam a 97.
Em Recife os primeiros óbitos foram registrados no início de outubro, em menos de uma semana eram mais de uma centena por dia. No dia 12 foram 107 mortos, entre eles o Dr. Abelardo Baltar, diretor de Higiene e Saúde Pública.
O gráfico ao lado mostra a evolução semanal do registro de casos na cidade de São Paulo entre 15 de outubro e o início de dezembro. Em um mês chegaram a 45 mil, em seguida caíram rapidamente.
Em Porto Alegre os primeiros casos foram registrados em 18 de outubro, três dias depois os primeiros óbitos. No fim do mês a imprensa anunciava que a gripe tomara "o aspecto de uma das maiores epidemias que têm assolado Porto Alegre".
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CASOS NOTIFICADOS DE GRIPE NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
(15 de outubro - 19 de novembro de 1918)
Fonte: Apartir dos dados existentes em São Paulo. Estado - Relatóro (...) do Secretário do Interior, ano de 1915. Op cit. p. 124.
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A rotina de todas as cidades foi súbita e intensamente alterada. Trens, bondes, telefones, correios, limpeza urbana e outros serviços funcionavam precariamente.
Escolas e faculdades interromperam as aulas. Agencias bancárias e grande parte do comércio não abria por falta de funcionários. Teatros e cinemas permaneciam fechados, competições esportivas foram canceladas. Faltavam gêneros de primeira necessidade, alimentos, remédios, etc.. Nos hospitais não havia vagas para doentes graves. No Rio o Senado, a câmara dos Deputados e várias repartições públicas suspenderam as atividades.
Com medo do contágio as pessoas se refugiavam em casa. Apenas um parente saía à rua para atender às necessidades da família, os demais permaneciam enclausurados. Aos poucos as ruas se esvaziaram, as cidades paralisavam.
No Rio a lentidão dos serviços de remoção levou as famílias, temerosas com o contágio, a deixar os mortos nas ruas, que aos poucos acumularam inúmeros insepultos. Eram recolhidos por caminhões apinhados de corpos expostos, alguns quase despidos, outros em estado de decomposição. A "mais tétrica das visões ... espetáculo apavorante de profanação" segundo um jornal carioca. Chegando aos cemitérios faltavam caixões, covas, e coveiros para enterrá-los. Nos cemitérios de São Paulo foram abertas mais de 11 mil covas para atender à demanda, cerca de 8.000 foram utilizadas (não só por gripados).
Em 20 de outubro um cronista carioca apontou: "Era fúnebre o aspecto da cidade ontem à noite. Todo o comércio fechado ... um ou outro bar ainda servia a (pouca) freguesia ... casas que davam vida à cidade não funcionavam ... avenida vazia ... tráfego reduzido ... a cidade sem vida ... Uma noite de sábado triste e fúnebre." Em 1º de novembro a imprensa de Porto Alegre anotava "a cidade tem durante o dia um aspecto doloroso, à noite torna-se fúnebre ... raro é o transeunte ... cafés e bares fechados". A capital tornara-se "uma cidade morta e sem vida".
A imprensa cobrava às autoridades providências para minimizar o contágio e amparar os inúmeros doentes necessitados, "qualquer que seja o mal que nos agride deve ser combatido", reclamava um jornal baiano.
A gripe acirrou contendas políticas tanto nos Estados quanto na Capital. Políticos de oposição acusavam as autoridades de inação frente à crise. Tanto na imprensa como em discursos na Câmara Seidl era atacado como negligente, omisso e incompetente. Em 18 de outubro pediu exoneração. Dois dias depois foi decretado feriado de três dias no Rio e, no fim do mês, de cinco dias em São Paulo.
Na impossibilidade de deter a epidemia e diante da pressão pública as autoridades passaram a organizar serviços para o atendimento médico aos necessitados. O substituto de Seidl, Dr. Theofilo Torres, deu início à implantação de hospitais provisórios no Rio de Janeiro, logo o serviço sanitário paulista, dirigido por Artur Neiva, seguiu o mesmo caminho.
Havia um temor arraigado na população em relação a hospitais, locais onde tradicionalmente se chegava para morrer. A falta de informação aos que buscavam notícias dos internados alimentava boatos como o do "chá da meia noite", beberagem supostamente prescrita pelos médicos aos doentes graves a fim de abreviar sua agonia e liberar leitos para os que poderiam se recuperar.
Em fins de outubro o número de casos caiu no Rio de Janeiro, apesar da mortalidade continuar alta. O governo creditava os óbitos a recaídas, não a casos novos e no dia 20 anunciou o fim da epidemia6 . A população desconfiava das informações oficiais e a notícia de que o ex-presidente Rodrigues Alves7, reeleito em março de 1918 com maioria avassaladora de votos, contraíra a gripe ampliou o ceticismo popular.
A gripe extingui-se com a mesma rapidez com que chegara. No dia 30 os Jornais cariocas noticiavam que a cidade recuperava o ritmo normal. O comércio reabria, cinemas e cafés retomavam as atividades e as ruas recuperavam o ruidoso movimento. No início de novembro a epidemia parecia esgotar-se. Em São Paulo entre os dias 6 e 8 o registro de casos novos caiu de 7.500 para 6.700, cinco dias depois foram 2.850. Deu-se o mesmo em cidades de todas as regiões do país.
O armistício foi assinado em 11 de novembro pondo fim à guerra na Europa. Em dezembro a população comemorou aliviada. A um só tempo terminara a guerra e a epidemia se extinguia. A gripe continuava fazendo vítimas em outros países. No Brasil ocorriam focos em cidades do interior, onde a doença chegara mais tarde. Durante algum tempo pairou o receio de que a Espanhola pudesse voltar.
Mas no carnaval de 1919, um dos mais lascivos até então, os cariocas caíram na farra com uma animação extraordinária. A imprensa encorajava: "Tristezas não pagam dívidas, vamos todos cair na pândega e na folia". Os infortúnios recentes motivavam as fantasias. A alegoria de um clube carnavalesco reproduzia uma grande xícara, em alusão ao boato do "chá da meia noite". Os cariocas zombavam dos infortúnios que, enfim, estavam superados. |
Foto do detalhe do Carro dos Democráticos. Revista Careta. Acervo da Biblioteca Nacional. São inúmeras referências satirizando o boato de que a Santa Casa distribuía um chá contendo veneno aos doentes de Gripe Espanhola.
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Diversos fatores concorreram para a precariedade das estatísticas sobre a magnitude da epidemia: a intensidade e velocidade com que casos e óbitos aconteciam, a imprecisão no registro das causas das mortes, etc.. Os números disponíveis indicam apenas ordens de grandeza. A Espanhola teria provocado entre 20 e 50 milhões de mortes em todo o mundo, mais do que a guerra, que entre 1914 e 1918, vitimou entre 10 e 17 milhões de pessoas.
O Brasil tinha cerca de 29 milhões de habitantes, a gripe matou em torno de 35 mil pessoas, mais de uma a cada mil. O Rio de Janeiro concentrou perto de 1/3 do total dos óbitos do país, mais de 14 mil (1,5% da população), dois terços dos habitantes adoeceram. Em São Paulo foram 5.300 mortes (1% dos habitantes) na capital e cerca de 850 em Santos (0,8%). Em Recife foram mais de dois mil mortos (0,8%). Em Manaus foram cerca de 2.500 óbitos de acordo com as estimativas oficiais. Segundo a Santa Casa de Porto Alegre cerca de 2.500 corpos foram enterrados nos cemitérios da cidade (não só devidos à gripe) nos últimos 3 meses de 1918.
A incapacidade de controlar a gripe, as divergências sobre a natureza do fenômeno, a dificuldade de esclarecer a população e de explicar a parentes e amigos o que ocorria aos doentes foi um grande revés para a microbiologia cujo discurso triunfalista previa o fim das doenças infecto contagiosas.
Os clínicos tradicionais, que sentiam-se ameaçados pelos avanços do laboratório, defendiam-se. O médico italiano V. Scoccia pontuou: “Os bacteriologistas estão sempre fazendo pesquisas, mas nunca chegam a um consenso. (...) como o problema ficou sem solução eles acabaram chegando à conclusão nenhuma”.
Os vírus da influenza, identificados em 1933, foram classificados em 3 tipos: A, B e C. São altamente transmissíveis e mutáveis. Os do tipo A infectam humanos e diversas espécies de animais (suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves). Os do tipo B são exclusivamente humanos e os do tipo C são comuns a humanos e suínos.
O tipo A se diferencia em subtipos segundo características de duas proteínas superficiais: hemaglutinina (H) e neuraminidase (N). No final do século XX o vírus responsável pela Espanhola foi identificado como do tipo A, subtipo H1N1.
A alta mutabilidade entre os diferentes tipos e subtipos originam diferentes cepas . A imunidade é específica para a cepa,8 não confere resistência a infecções por cepas variantes. Haverá sempre susceptíveis a cepas novas e portanto a possibilidade constante de novas epidemias. O século XX viveu outras pandemias além da Espanhola: a Gripe Asiática (1957-60), e a de Hong Kong (1968-72).
As mutações também viabilizam a transmissão entre aves suínos e humanos. Em 1997 seis de 18 pessoas morreram em Hong Kong contaminadas por aves. Entre dezembro de 2003 e abril de 2004, em meio a uma epizootia de influenza aviaria no sudeste asiático, a gripe atingiu 33 pessoas. Apesar de poucos infectados a letalidade, de 45 a 70%, foi preocupante.
Em Abril de 2009 uma variante suína do AH1N1 provocou um surto no México com mais de 2.300 infectados e 42 mortes. Espalhou-se pela América do Norte.e em pouco tempo chegou à Europa e Oceania. No fim do mês, evidenciada a transmissão entre pessoas em pelo menos dois países, a OMS anunciou o risco de pandemia iminente. Em 11 de junho, com mais de 75 países atingidos em vários continentes, confirmou a situação de pandemia, só considerada extinta em de agosto de 2010. Segundo estimativas da OMS causou mais de 18 mil mortes.
Guido Palmeira, agosto de 2019.
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Bibliografia de interesse
Abrão, Janete Silveira - "Banalização da morte na cidade calada: a Hespanhola em Porto Alegre, 1918". Ed. EDIPUCRS, Porto Alegre, 2009.
Bertolli Filho, Cláudio - "A gripe espanhola em São Paulo, 1918: epidemia e sociedade". Ed. Paz e Terra, São Paulo, 2003.
Bertucci, Liane Maria - "Influenza, a medicina enferma: ciência e práticas de cura na época da gripe espanhola em São Paulo". Ed. Unicamp, Campinas, 2004.
Goulart, Adriana da Costa - "Um cenário mefistofélico: gripe espanhola no Rio de Janeiro". Dissertação de mestrado do programa de pós graduação em História da Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.
Sousa, Chistiane Maria Cruz de - "A gripe espanhola na Bahia: saúde, política e medicina em tempos de epidemia". Ed. Fiocruz, Rio de Janeiro, Ed. Edufba, 2009.
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NOTAS
1 Inúmeros médicos renomados participaram da missão, o que lhes conferia prestígio político e intelectual.
2 Sua preocupação maior seriam outras doenças comuns durante as guerras, cólera e tifo, e não a gripe.
3 Em 1884, o microbiologista Charles Chamberland desenvolveu um filtro com poros menores do que uma bactéria. O termo vírus, original do latim, significa "veneno".
4 O médico italiano R. Ciauri anunciou em outubro a descoberta do "micróbio da influenza espanhola", uma bactéria isolada em pesquisas em um hospital militar. Sua tese foi logo refutada.
5 Academia Nacional de Medicina
6 É de se realçar que Seidl, pressionado, renunciara dois dias antes do anúncio do fim da gripe.
7 O presidente Rodrigues Alves, entre 1902 e 1906 patrocinara o bem sucedido combate à febre amarela na capital federal conduzido por Oswaldo Cruz. Impossibilitado de tomar posse em 15 de novembro foi substituído por Delfim Moreira, vice presidente eleito, que assumiu o cargo com o falecimento do titular em janeiro do ano seguinte.
8 Por exemplo: A/Sydney/5/97(H3N2) designa um vírus específico, do tipo A, subtipo H3N2, isolado em Sydney em maio de 1997.
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